sábado, 18 de julho de 2009

Afunilamento do tema

Diversos temas e propostas foram sugeridas no outro tópico. Com o intuito de facilitar a nossa leitura e filtrar o que temos em mãos para a escolha do tema, nesta postagem os participantes poderão discutir mais objetivamente sobre a escolha do tema.


NOVOS PARTICIPANTES SERÃO BEM-VINDOS NESTE PROCESSO:


Temas e sub-temas sugeridos no tópico anterior (filtrados pelo pesquisador):


1 - Juventude contemporânea (urbanidade/rito de passagem/conflito)

2 - Máscaras sociais (farsa/hipocrisia/múltiplos papéis)

3 - Demência semântica (esquecimento/palavras/imagens)

4 - Memória (seleção/esquecimento/tempo)

5 - Adultos em crise (sentimento de juventude/medo da velhice/estranheza)


Acredito que com qualquer um desses temas poderemos realizar um grande filme. Isto dependerá muito mais da abordagem que escolheremos depois do que qualquer outra coisa.

Vamos tentar deixar para depois discussões a respeito de personagens, enredo, estrutura da obra, linguagem e estética. Posteriormente haverá um tópico específico, chamado de "Narrativa", para discutir para tais quesitos. Queria lembrar também que o tema é só um ponto de partida e a escolha dele, por conseguinte, não resultará num ponto de vista muito fechado. O filme vai sendo desenhado passo a passo, colaborativamente e todos poderemos solucionar com calma os problemas que ainda virão.


É preciso salientar também que todos poderemos escolher mais de um tema para comentar nesta postagem e esses comentários não necessariamente precisam ser lacônicos. Podemos nos expressar tranquilamente. No entanto, peço atenção para as seguintes observações.



Obs1: Procurem não retrucar ou desmerecer o que foi dito nos comentários anteriores. Isto simplificará as discussões e colocará a escolha do tema como foco principal.

Obs2: Apresente sua visão sobre os temas à disposição e opine escolhendo o seu tema ou mescla de temas predileto.

Obs3: Tentem não se ater a outras refêrencias cinematográficas (autores e obras) para podermos afunilar nossa discussão sobre uma proposta original, que certamente dialogará com outras obras já produzidas mas que tem suas particularidades e expressões.


Encerramento das discussões: quarta-feira, 22/07/2009.

41 comentários:

  1. Gosto de "máscara sociais" e "demência semântica" (acho que a questão da memória casa bem com esses temas). Poderiamos pensar numa história onde um personagem "abusaria" dessa "deficiencia" para tirar proveito da situação. Mas nada explícito, ou melhor, ficaria sempre a dúvida para quem estivesse assistindo: o "esquecimento" seria por conta da demência ou "máscara"?! O video poderia apenas narrar e não tirar conclusões, acho que o debate posterior sobre "foi ou não foi", ele é "doente" ou é "fingimento" é bem interessante.

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  2. Acho interessante trabalhar com tres personagens ou um personagem (e três fases de sua vida infancia+juventude+fase adulta). O personagem seria de alguma forma "perverso". Ele podia representar na verdade "crimes", que até nós mesmo cometemos, porém ele faria isso de forma mais grotesca. Em alguns momentos, ele podia dialogar-se com seu ego, que fosse representado por uma mascará mesmo. "Momentos de loucura e lucidez do personagem, algo bem sombrio com um fundo musical lirico"...Seus crimes são sujeitos a sua doença "demencia semantica", em que ele esquece o significado convencional dos valores (ex: incesto, pecado, expressar amor atraves de atrocidade e dominio sobre o outro. etc).. Ele simplemente esquece seu crimes "como um surto", e em segundos age naturalmente, outro sintoma da tal demência.

    O personagem pode ter um trabalho num departamento ou é professor (etc)... para mostrar que ele tem um convivio social "normal"..

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  3. Mas lendo as sugestões do outro post, gosto da idéia dos 3 personagens (ou um só) e a possibilidade, mostrada por Saul, de retratar esses personagens (ou esse personagem) em momentos distintos de sua vida e explorar nas imagens essa questão da idade. Isso achei bem interessante! Um momento que fosse marcante em cada fase da vida dessa pessoa. Os pontos que unem e que destoam... o que faz ser igual e diferente ao mesmo tempo.

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  4. Caros amigos,

    queria pedir novamente para que vocês se atenham somente a discutir o tema do filme. No momento, peço para que nos esqueçamos dos personagens, do enredo, da estrutura, da estética etc. Sobre isso discutiremos mais especificamente depois, em tópicos particulares.

    Neste tópico, peço para que vocês escolham um tema ou mescla de temas e justifiquem o motivo da escolha, se quiserem.

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  5. okay! sendo assim, escolho o tema 3: demência semântica. porque eu acho que vai da pra viajar bastante nele.

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  6. Reitero minha sugestão de abordar as máscaras, sociais (e pessoais,). Muito interessante a proposta de Luisa de mesclar o tema com a demência semântica, no sentido do questionamento do que real e do que é fingimento.
    O coment de JeffCruz (cheio de referências psicanalíticas) vem a acrescentar. Nosso personagem (ou nossos personagens, gosto da idéia de mais de um) pode cometer “crimes”, comuns ou grotescos, sem ficar claro se ele é louco ou perverso.

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  7. Vamos polemizar um pouco esse espaço.
    Que tal um "horror/gore/snuff" movie que trate da natureza perversa da humanidade. Não como uma psicopatologia, mas a maldade pela pura maldade mesmo. Você pode abordar aqui a perversão e tbm as questões da memória. Questões morais e sociabilidade.

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  8. Continuo com demência semântica.
    Pensei e criar um personagem que não tenha conhecimento desta doença,e que os telespectadores não percebam tbm que é uma doença,queria que a primeira vista fosse como uma "aluciação",não sei bem como dizer,mas queria que as pessoas só percebessem q se trata de uma doença com o decorrer do filme.
    Poderia ter um dilema: eu estou louco ou as outras pessoas?
    sabe?


    é isso


    beigos

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  9. Adorei a proposta do Blog, Muito bom mesmo!!!

    Juntar um time de pessoas realmente afins da causa... que vestem a camisa... bem melhor de trabalhar...

    Infelizmente estou muito longe pra ajudar...

    Mas vou acompanhar o processo de vcs... realmente interessantíssimo \o/

    Abração e aT+

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  10. Roberto - Sei que ainda estamos em fase de construção da temática... Mas como curioso que sou, andei antecipando algumas pesquisas e bem, uma coisa precisa ser explorada à fundo com relação às discussões que vem sendo levantadas aqui... Como não sou especialista em neuropsicologia, cabe uma consulta com alguém que tenha tal conhecimento para confirmar a suspeita que surgiu durante a minha pesquisa. Me parece, a partir de pesquisas sobre o assunto, que a "demência semântica" é uma patologia associada à "meia-idade", normalmente apresenta-se em pacientes após os 45 anos de idade [pelo menos foi o que vi nos estudos de caso que encontrei]. É fundamental ter certeza de se pode ser associada aos jovens, para que não seja feita uma escolha de temas que parecem ser interessantes de ser inter-relacionados, que depois se mostriam distintos.
    Espero que essa informação possa de alguma forma contribuir com as discussões. Quem tiver mais tempo para consultar, fique à vontade.

    P.S.: Ressaltando que foi uma pesquisa "superficial", e que não sou especialista na área, apenas fiquei com essa dúvida.

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  11. Depois do que Lost Samurai colocou, gostei mais de Demência semântica.

    Uma patologia associada à "meia-idade" em um jovem é uma boa história, é necessário pesquisar, como o samurai mesmo disse, mas sendo jovem, nos aproxima do fantástico.

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  12. Máscaras sociais (farsa/hipocrisia/múltiplos papéis)

    Este acaba sendo muito "modernista", pouco pós-moderno. A idéia de máscara precisa ser repensada. O que estará por debaixo da máscara? São máscaras ou máscara? Há uma ess~encia que se esconde debaixo da máscara? Isso é muito modernista.

    3 - Demência semântica (esquecimento/palavras/imagens)

    Gosto da idéia. Lembra Kafka, esquizofrenia cotidiana - lembrando de esmaecimento de afetos de Jameson.


    4 - Memória (seleção/esquecimento/tempo)

    Tvz acabe ficando difícil de fazer. Seria legal se fosse com "loucos". Como se reinventa a memória livremente na imaginação criativa da loucura. Acho muito bom.


    Ainda não tenho opinião sobre os outros.

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  13. Só para esclarecer a demência semântica, ela é uma doença que atinge pessoas de meia-idade. O Lost Samurai tem toda razão. E além disso, é uma doença rara.

    No entanto, quando se fala em doença semântica neste espaço virtual não é preciso levar ao pé-da-letra. Podemos representá-la de modo metafórico também.

    Quero dizer ao Floripápolis que ele pode continuar participando deste processo embora esteja longe, contribuindo com opiniões nestes comentários.

    Como sou um pesquisador-participante, também darei meu voto aqui:

    Mescla de temas 4 e 5, pois acredito que daria um enlace interessante trabalhando um lado sombrio dos seres humanos.

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  14. Bom, eu postei no outro tópico mas vale aqui o que eu falei lá. Urbanidade, múltiplos papéis, esquecimento e estranheza. São os aspectos que acho interessantes. Realmente quando citei algo no outro post que poderia ser descrito como uma demência semântica, não era pra ser levado ao pé da letra de uma doença, apenas de processos comuns referentes à velhice. Acho que ela pode ser abordada também de outra forma, dentro desse tópicos que ressaltei como interessantes, considerando todos os problemas de memória e percepção fragmentada da realidade decorrente da velocidade da vida urbana, individualista e cada vez mais virtual em um processo que vem ocorrendo desde os anos 90 e vai afunilando pra um molde um tanto asssustador da humanidade.

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  15. Achei muito interessante o que Saul propôs. Acredito que abordar a demência semântica na juventude contemporânea em virtude das transformações da sociedade, pode gerar diversas reflexões e ser um bom tema.

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  16. Alguém aí falou do gore e maldade etc, acho que dava pra misturar isso aí com a juventude de hoje. Mostrar pessoas que são más e pronto, não são más porque são doentes mentais (não que a maldade pura não seja uma doença, ou não é mesmo?). Essas coisas já me lembram ruas à noite, fumacinha saindo do chão, essas coisas bem cyberpunk e pessoas com bastões de baseball batendo umas nas outras. Nesse contexto de uma sociedade sem muita ética e todos aqueles valores de bondade, mas que se suporta por ser assim mesmo, algo assim. Sei qeu nem tinha esse tema, porém eu não estava aqui presente nos outros tópicos e eu só tenho isso pra falar.

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  17. Olá, vim aqui deixar um comentário, temos um amigo em comum e ele me mostrou seu blog, e o trabalho que você quer fazer, achei interessante e criativo. Mas lá vai: acho que o tema "Demência semântica" tem que ser descartado da lista de temas expostos, porque, acho que você sabe que essa doença é uma doença degenerativa não é de fundo psíquico e sim de fundo neurológico, se manifesta em pessoas mais velhas, se o tema é esse o personagem principal precisa ser o portador, correto? Não acho que seria legal centralizar sua históra em um personagem que não tem chances contra uma doença degenerativa, acho que vai te limitar em relação à comportamentos e intereções sociais no seu trabalho na sua criação da história e etc... A não ser que você vá fazer um documentário tipo "Qualidade de vida com uma doença degenerativa..." o que novamente fica restrito pela falta de estudos sobre a patologia, que de certa forma é "jovem' no mundo das patologias. Acho que existem outras patologias não neurológicas que podem te dar um leque de comportamentos interessantes (ex nos seriados: Monk, Dr. House, Dexter etc...) que atraiam a atenção dos expectadores, e ao mesmo tempo os informe de maneira correta sobre a patologia.

    Vou pensar em alguma e te dou idéia, não custa nada.

    Beijo Boa sorte ae!

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  18. Então! Acredito que a "Encosto de Bette Davis", com sua formação em psicologia possa trazer boas contribuições à nossas discussões. Notei que é um interesse geral nos comments um aprofundamento nas questões da mente humana.
    Podemos realmente nos ater a sintomas psicopatologicos [ou não], e evitar o que for sintoma de origem fisica degenerativa.
    Bem, ainda voto em uma tematica GORE. Poderiamos pensar no que Saul falou sobre o bullying na visão de quem pratica. Talvez um personagem que leve o bullying ao extremo simplesmente porque apenas humilhar a pessoa perdeu a graça. Então leva torturas psicologicas ao extremo, passando para o limite do físico até chegar à morte. hehehe Abordando a maneira como essa pessoa interage e sociabiliza normalmente. [Festim Diabolico seria um exemplo que se aproxima do que eu estou querendo dizer com relação à "sociabilidade homicida".]

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  19. Uma ressalva: não sou formada em psicologia, sou discente.

    bjo

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  20. Pazos: Festim Diabólico, perfeito. Benny's Video, Hanneke.
    Luiz: Burst City, The Warriors... gosto de tacos de beisebol, super leves e causam estragos poderosos. Melhor arma pra lascar bandido.
    Não sei o que dizer quanto a tantas considerações. Ainda estou pensando, pensar leva tempo. Mas o gore, não sei... quem sabe um gore sem sangue? um ataque epilético repentino, uma morte por sufocamento, uma sequência longa de vômito real, sem cortes. Mas algo inesperado. Acho que isso são considerações posteriores, a gente nem definiu cenário ou personagem ainda.

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  21. Saul: Claro. Eu imagino um conceito do GORE. Não necessáriamente muito sangue e tal, mesmo porque sei dos recurso técnicos e essas coisas. Mas uma idéia de uma violência completamente gratuita. Multilação, tortura [psicologica e física]... Essas coisas. Não sei se vc já leu um livro chamado "Quando os Adams sairam de férias". Acho uma boa referência. E bem, no final das contas acredito que falar de cenários e personagens aqui faz parte do processo de construção dos participantes. Acredito que seja mais fácil para eles expressarem suas ideias tematicas através de uma descrição imagética. O que não podemos é aprofundar ainda nessa linha de discussão.

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  22. É, minha preocupação é dar uma bagunçada na metodologia do rapaz. hahahaa, mas a gente sempre acaba puxando citações e divagando mesmo, o lance é esse. Gore, o termo em si, vem do som de vômito... não é bem um gênero, é mais uma característica né, o filme pode ter muito ou pouco Gore, que são as nojeiras explícitas, sangue ou qualquer viscosidade, um epilético geralmente baba muito, na morte por sufocamento a pessoa se caga e se mija, e até vomita né. Esse é o verdadeiro gore! \o/ por isso mesmo fico meio na dúvida se seria necessário, mas ao lembrar de filmes como Oldboy, que usam muito bem o gore de vez em quando (a cena do ator que comeu o polvo vivo literalmente na filmagem, por exemplo) vejo possibilidades, muito mais como um momento de choque pro espectador. Tem uma cena de epilepsia genial no Tale of Two sisters, que já te emprestei, mr. Pazos, mas não sei se você chegou a ver hahahaha

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  23. A idéia é ir por esse caminho. Nada exageradamente GORE. Mas algo transitando por aí. Mas entendo que levando o conceito de GORE ao pé da letra tenha parecido pesado demais. rs Ou inapropriado para o nosso especialista. Por isso cito referências ilustrativas. Mas acredito que estejamos caminhando com as discussões aqui. Vamos ouvir o que os outros tem a comentar, inclusive o Próprio Roberto Cotta.

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  24. Eu sinceramente não me empolgo com essa tal demencia semantica q Eliene Luz está tão apegada. Acho q uma mescla dos temas 2 e 5 daria coisa boa, sem precisar tratar de um assunto tão desconhecido e complexo como essa demencia aí... Saul e Lost Samurai estão praticamente partindo pro trash, tenham medo! Dá pra ser forte e chocante sem apelar pra porradaria, carnificina e litros de sangue. Um teor mais psicologico seria mais interessante.

    Floripapolis, meu amigo lá de Floripa por aqui! Continue contribuindo, creio q mesmo distante suas experiencias na faculdade de cinema serão bem-vindas!

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  25. Galera,

    Volto a pedir para que vocês se atenham ao tema dispensando, ao menos por enquanto, discussões sobre o gênero, a estética ou o enredo.

    Peço para que todos opinem escolhendo um tema ou uma mescla de temas, explicando o motivo da escolha.

    Eu gosto de quase todos os gêneros cinematográficos (com exceção do documentário) e não tenho nenhum problema em trabalhar com qualquer um que seja escolhido. No entanto, vamos tentar deixar essa escolha para um momento posterior.

    Encosto de Bette Davis trouxe algumas contribuições específicas quanto à demência semântica.

    A escolha está em aberto ainda.

    Um abraço a todos!

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  26. O número 4, memória. Juventude nao precisa necessariamente ser o tema, mas os personagens podem ser jovens...

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  27. esse lance de gore (não conhecia o termo e significado, embora goste de filmes sagrentos e divertidos), sangue espirrando na lente da câmera e olhos retirados violentamente de seus habitáculos na face e espremidos entre os dedos é legal. mas é isso: pode ser usado só pitadas do gore, pra não sair um planeta terror da vida!

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  28. Eu gosto da opção número 4. Acho a coisa da memória aberta o suficiente para discutirmos... A demência semântica é legal... no entanto, só funcionaria em uma abordagem figurada... nao com um personagem com um diagnóstico médico dessa doença... o espaço para o erro seria muito grande... Como o tema 4 é bastante aberto e precisa de um recorte, voto na mescla do 4 com o 5.

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  29. É, depende se você achar que algo como Funny Games do Hanneke, seja trash... o conceito de "trash" refere a algo mal-feito, simplesmente, não a algo que tenha imagens chocantes ou explícitas. Todo mundo assiste Blade Runner, por exemplo, cheio de parafernália no cenário, e não percebe que se aquilo fosse descuidado, seria algo trash. Trash por trash, até blockbusters com uma super-produção poderiam ser... uma coisa é no papel, outra na tela - é o resultado técnico da produção que faz o filme ser trash ou não, e não o conteúdo. Mas não culpo ninguem por ter o conceito errado de trash.
    Fora que, apesar de minha conversa com Pazos ter partido pra essa imagética da violência, eu simplesmente citei e continuo mantendo minha preferência, dentro da metodologia adotada, os seguintes tópicos: Urbanidade, múltiplos papéis, esquecimento e estranheza. Afunilando a partir daí, não vejo o que tornaria "trash" em qualquer tipo de produção a inclusão de alguma cena mais forte no roteiro. Mas isso vem depois.
    Algo chocante de teor psicológico é ótimo, mas vez ou outra é muito bom visualizar as coisas também, e tudo depende da forma como é feito. No caso de Let The Right One In, do dir. Tomas Alfredson, isso é feito de uma forma linda (não cito para que seja uma referência de apoio na produção, apenas para exemplificar em imagens, pra quem quiser assistir e mudar sua percepção quanto esse tipo de imagética).
    "Saul e Lost Samurai estão praticamente partindo pro trash, tenham medo!" - Ter medo é que é o perigo, por isso tem tanto lixo repetido e existem canais como Sony Entertainment Television kkkkkkkkkk
    Concordo também, que uma mistura dos aspectos 2 e 5 seria interessante mesmo, mas deixando de fora sentimento de juventude/medo da velhice.
    Tenho pena de Roberto que tá aturando tanta gente com tanta idéia e tantos acordos e desacordos aqui. Que trabalhão você foi arranjar hein?

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  30. Olha, vamos tentar organizar as discussões neste espaço.

    Discutir algumas referências é algo muito complicado e não vem ao caso. Na maioria das vezes, estamos falando de verdadeiros panteões do cinema como Haneke, Kubrick, Kar-Wai etc. Então, não vamos discutir se tal cineasta é bom ou ruim e em qual obra devemos nos apegar. Acaba virando uma discussão cíclica.

    E como tinha postado na Obs1: Procurem não retrucar ou desmerecer o que foi dito no comentários anteriores. Isto simplificará as discussões e colocará a escolha do tema como foco principal.

    Senão isso aqui vai acabar virando uma confusão.

    Volto a pedir que vocês se atenham a discutir o tema sem comentar o que foi dito pelos outros participantes.

    É só pra eu ter um controle maior das discussões.

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  31. Vale salientar que não será uma escolha meramente quantitativa. Por isso, está sendo muito importante a justificativa de cada participante no momento da escolha. Isso vem sendo levado em consideração.

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  32. A Demência Semântica (esquecimento/palavras/imagens) seria uma boa metáfora; numa sociedade em que palavras & imagens são apresentadas em profusão, é possível que boa parte da juventude procure a válvula de escape da própria sobrevivência (e sobreviver vale subviver, como diria o Décio Pignatari, num texto pro Torquato Neto) construindo redes sociais de forma virtual num exercício frenético de comunicabilidade, ao que me parece, para suprir as lacunas da comunicação real, talvez envolvendo até processos de sublimação e compensação; para a preservação do tal espírito gregário, o monitor do PC conectado seria, então, ao mesmo tempo, totem e oráculo da modernidade e extensão do corpo humano: cabeça, tronco e membros (todos os membros, se é que me entendes!);

    As máscaras sociais (farsa/hipocrisia/múltiplos papéis) talvez sejam uma decorrência natural dessa dificuldade (ou seria impossibilidade?) de comunicação dos tempos modernos, onde a urgência cotidiana parece não possibilitar espaços para as construções afetivas profundas, enraizadas (e, portanto, passíveis de frutificarem) que os contatos reais proporcionam; a construção de personagens/personalidades podem configurar, enfim, o requisito para que possam participar desse jogo fugaz, onde relações nascem e morrem sem ao menos rascunharem sua própria história; creio que essas necessidades de multiplicidade de papéis podem representar novas formas de solidão, nestas urbes super-habitadas de hoje em dia;

    Talvez seja um aspecto (ou maldição?) da juventude contemporânea (urbanidade/rito de passagem/conflito) estar exposta a esse turbilhão de informações e a tantos outros meios tecnológicos de recebê-las e fazê-las circular, sem ao menos reservar-se tempo para assimilá-las; as exigências de um mundo que nos “obriga” a receber informação, transformá-la em conhecimento e daí usufruir do seu poder, parece-me o mais contundente rito de passagem num mundo cada vez mais competitivo e individualista.
    Espero, Roberto, poder colaborar de alguma forma: o projeto que você nos convida a participar é inquietante porque o cinema, tradicionalmente, é uma arte presencial, mas com os novos suportes tecnológicos, o que você nos propõe é romper com esses velhos “paradigmas” e aventurar-se neste universo paralelo que é o ciberespaço, tão multidimensional e também tão movediço como aquelas terríveis areias dos filmes de Tarzan: ninguém sabe onde se vai parar. Sucesso para você e todos nós. (José Veloso)

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  33. Olá, só pra reforçar, é preciso ter cautela, não é ético e nem correto usar uma psicopatologia de maneira deturpada, no momento em que for usadado o rótulo "demência semântica" e o tema não estiver abrangindo as características da doença em si que é o que é, é uma falta de responsabilidade de quem passa a informação. É como abordar que uma pessoa tem câncer sendo que ela está com sintomas de gripe. Demência semântica muito embora tenha esse nome "bonitinho" que nos faz imaginar várias coisas interessantes, não é uma mera "desinformação ou burrice" de quem é portador, é uma patologia, não deve ser trabalhada como um transtorno de personalidade, ou um mera síndrome cultural, ou um transtorno de humor como temos em outras psicopatologias. Acho que deve-se ter cuidado com o que significa o assunto e como ele pode ser deturpado. Acho que com pesquisa prévia pode-se informar sobre o tema e ver se é cabivel ou não, insistir em usar um "rótulo" que consta nos dicionários de psicopatologia (dsm IV e CID 10 por ex.), de maneira figurativa não é ético.

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  34. "o medo tem alguma serventia, a covardia não." Ghandi - Só para os covardes refletirem melhor sobre aquilo que lhes causa o medo.

    Estou com Saul e com a Encosto. Me causa muito mais pavor e uma certa ojeriza, abordar de forma equivocada um tema desconhecido ao qual a pessoa não se dá o mínimo trabalho de pesquisar antes de falar, do que algumas cenas mais ou menos pesadas. Com mais ou menos sangue/vômito/secreções/mutilações ou violênica explicita de qualquer natureza. E bem, como todas as sugestões de tema aqui apresentadas são inteiramente pessoais, acredito que de uma forma ou de outra cada participante está sugerindo um caminho a ser seguido, caminho este de sua preferência particular. Cabe ao nosso mediador avaliar as diversas opções temáticas aqui propostas. E bem, ao meu ver não serão tão diversas assim, visto que a grande maioria dos participantes está acorrentada aos temas já filtrados, contudo não definitivos, o que os leva à uma certa rejeição das novas idéias.
    Com relação ao que Roberto Cotta comenta sobre estéticas, abordagens ereferências, como já dito antes, tento entender tais expressões como uma forma ilustrativa de aproximar os outros um pouco mais do seu próprio entendimento do tema proposto, o que, desde que não mergulhe num aprofundamento exagerado, é de grande valia. Uma forma de visualizar o que cada participante tem em mente ao propor um tema. Em conversa pessoal lhe sugeri um controle maior das discussões, uma maior presença nas mesmas, mas é necessário um certo cuidado para não tolir a vontade de expressão dos colaboradores. Ou estabelecer regras do tipo: Apresente seu tema em no máximo 3 palavras. O que seria um controle total e uma subversão da proposta [no meu entendimento é claro].

    Senhoras e senhores, para um melhor andamento dos trabalhos, espero um pouquinho só de maturidade da parte de vossas senhorias. Qualquer coisa que rompa a barreira do zero já é um grande avanço.
    Cordialmente,
    Lost Samurai

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  36. Abordar Gore vusualmente aplicando como tema pra mim é muito vazio. Oldboy, por exemplo tem gore, mas é um filme sobre vingança, a violência irrompe de uma situação limite vivida pelo personagem principal e vem daí a profundidade do filme. A violencia e a escatologia são legais quando tem um porque, um tema forte para que ela exista, mas como tema principal seria um saco.
    Pra mim o tema memória é o mais interessante porque faz parte da vida de todo mundo, e quando uma obra é feita a partir de questões assim, tem mais material e mais chances de ser compreendida e de tocar quem assiste, pois todo mundo tem chances de se identificar um pouco, ainda que a história seja totalmente diferente da sua.

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  37. Quero deixar delimitado aqui que o encerramento das discussões sobre o tema acontece nesta quarta-feira, 22/07. Sei que poderíamos ficar discutindo semanas e semanas. No entanto, por questões metodológicas, fecharemos isso amanhã.

    Continuem apresentando suas propostas e, principalmente, justificando os motivos da escolha.

    Volto a ressaltar que a definição do tema não se dará de maneira meramente quantitativa. Portanto, as justificativas são imprescindíveis.

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  38. Achei de extrema serventia além de "linkar" muito bem tudo o que penso em dois posts, a sequência lógica com que José Veloso entrelaçou as temáticas e a forma como Icaro Ramos soube explicar o porquê a questão da memória vai valer a pena ser abordada, assim como tornar claro que qualquer cena explícita indevidamente relacionada com os outros aspectos da obra perde qualquer sentido e passa a ser uma masturbação audiovisual.
    [abolindo de vez o termo demência semântica, pra não confundir as coisas mais].
    Concordo com Pazos quando ele diz "tento entender tais expressões como uma forma ilustrativa de aproximar os outros um pouco mais do seu próprio entendimento do tema proposto, o que, desde que não mergulhe num aprofundamento exagerado, é de grande valia. Uma forma de visualizar o que cada participante tem em mente ao propor um tema." até porque acho impossível me expressar em palavras tão bem quanto o faço relembrando às pessoas de imagens, ou mostrando essas imagens a elas. Será que isso é alguma espécie de psicopatologia, ou somente um mal do século? rs

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  39. Faz sobre gravidez na adolescência, isso não é uma psicopatologia! (hehe também gosto de piadinhas pra descontrair..)

    Ah faz sobre "Prolixidade no universo acadêmico: Quando falamos muito e não dizemos nada. "

    Ah esse fica extenso né? rs rs

    Beijos

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  40. Encerradas as discussões sobre o tema do filme.

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